Libertado um lince-ibérico em Córdova

Um lince-ibérico foi libertado na manhã de 5 de Agosto na região espanhola de Villafranca, Córdova. Em 2014, a população desta espécie na Andaluzia era de 327 animais.

 

Trata-se do macho Lapa que foi capturado na Serra Morena em Julho, juntamente com um dos seus irmãos, para reduzir a pressão sobre os coelhos-bravos na zona, explica o Conselho de Ambiente e Ordenamento do Território da Andaluzia, em comunicado.

Depois de ter sido submetido a análises clínicas no Centro de Reprodução do Lince-ibérico de El Acebuche, no Parque Nacional de Doñana, Lapa foi devolvido à natureza no vale do rio Guadalmellato, uma das zonas escolhidas para a reintrodução da espécie e que ainda não atingiu a sua máxima capacidade de carga. Os especialistas consideram que este é o local ideal para Lapa porque a concorrência pelas presas é menor e oferece maiores possibilidades de sobrevivência.

“O lince-ibérico é muito mais que um símbolo da nossa terra e não descansaremos até que o perigo de extinção tenha desaparecido por completo”, comentou o conselheiro de Ambiente andaluz, José Fiscal. Em Junho, a União Internacional de Conservação de Natureza (UICN) reduziu a categoria de ameaça da espécie.

Actualmente há duas populações estáveis em Espanha, mais concretamente Doñana-Aljarafe e Cardena-Andújar. Além destas têm sido reintroduzidos linces em quatro outras regiões para tentar criar novas populações: Guadalmellato (Córdova) e Guarrizas (Jaén), ambas na Andaluzia, Hornachos-Valle del Matachel (Extremadura espanhola), Campo de Calatrava e Montes de Toledo (Castela-La Mancha) e no Vale do Guadiana (Portugal).

Em 2014, a população de linces na Andaluzia estava estimada em 327 animais.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.