Como identificar ninhos de aves de jardins

Carriça. Foto: Frank Vassen/WikiCommons

Um guia simples para identificar os ninhos de cinco espécies de aves de jardins que poderá encontrar facilmente no seu bairro ou jardim local, incluindo pintassilgos, pardais e melros-pretos.

Em plena época de nidificação das aves, pode tentar observar os ninhos e como as aves os estão a usar, sempre mantendo uma distância segura para não perturbar tão importante momento na vida destas espécies.

A associação Vita Nativa – Conservação do Ambiente, coordenadora do projecto Alojamento Local para Aves, ajuda-nos a identificar os ninhos feitos por estas cinco espécies de aves que conhecemos tão bem.

Pintassilgo (Carduelis carduelis):

Foto: Benjamint444/WikiCommons

Os pintassilgos fazem ninho em forma de taça, normalmente entre os ramos das árvores, e são construídos com fibras vegetais (herbáceas) e animais (ovelhas, cães, gatos), de tonalidades mais esbranquiçadas.

Pardal (Passer domesticus):

Foto: Zeynel Cebeci/WikiCommons

Os pardais são muito pouco esquisitos com os locais onde constroem os ninhos, desde cavidades de estruturas humanas, cavidades naturais de árvores e de outros ninhos de aves, como os das cegonhas-brancas, e ainda em caixas-ninho. É um ninho em forma de cúpula e formado por palhas e ervas.

Melro-preto (Turdus merula):

Foto: JJ Harrison/WikiCommons

O melro-preto fez o seu ninho também em forma de taça, mas mais alto do que os ninhos dos pintassilgos, e é construído por entre os ramos das árvores e arbustos. Para a sua construção utilizam folhas, musgo e outros filamentos vegetais, que é depois forrado com barro ou lama.

Carriça (Troglodytes troglodytes):

O macho tem que se esforçar mais do que as outras espécies deste grupo, pois tem de construir vários ninhos para impressionar uma fêmea. O ninho é construído em cavidades naturais ou humanas e é em forma de esfera com uma pequena entrada circular. É formado por musgo e outros filamentos vegetais.

Rabirruivo-preto (Phoenicurus ochruros):

O rabirruivo-preto constrói os ninhos em pequenas plataformas de estruturas humanas ou em cavidades/fendas de paredes rochosas ou muros. O ninho tem a forma de copo ou taça, sendo formado por ramos finos e folhas e revestido por ervas e musgo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.