Que espécie é esta: aranha tecedeira-angulosa

O leitor Carlos Noivo fotografou esta aranha em Outubro de 2019 em Torres Novas e quis saber a que espécie pertence. Sérgio Henriques responde.

 

 

Trata-se de uma aranha tecedeira-angulosa (Araneus angulatus).

Espécie identificada e texto por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta aranha parece ser uma fêmea de Araneus angulatus.

São aranhas de grande teia orbicular, como a que associamos ao homem aranha.

Não costumam andar no solo. Creio que algo ou alguém terá destruído a sua teia e o pequeno animal estava desorientado e com medo à procura de abrigo quando foi fotografado. Ver uma aranha destas a andar numa rocha é como ver um leão lançado ou mar ou um tubarão trazido para terra.

Esta espécie tem uma coloração muito variável, mas que não é frequentemente verde azulada. A esta variação particular normalmente chama-se Araneus angulatus personatus ou Araneus angulatus var personata.

A coloração verde clara sobressai contra a rocha, mas é uma excelente camuflagem contra os troncos com líquenes onde a aranha normalmente habita.

 

Em Agosto de 2018 foi descoberta para a Ciência em Espanha uma nova espécie de aranha do mesmo género da aranha que Carlos Noivo encontrou. Era a Araneus bolani, uma aranha que vive nos troncos e nos ramos de árvores nas planícies agrícolas do Centro de Espanha.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.