Águia-cobreira. Foto: Juan Lacruz/WikiCommons

Águia-cobreira atingida por tiros de caçadeira em recuperação no RIAS

Uma águia-cobreira (Circaetus gallicus), espécie Quase Ameaçada em Portugal, foi alvo de uma tentativa de abate a tiro no concelho alentejano de Moura. Agora está em recuperação no RIAS.

A ave de rapina chegou ao RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, em Olhão, no domingo, dia 16 de Agosto.

Águia-cobreira. Foto: RIAS

“Durante o exame físico foi detectada uma fractura proximal no rádio direito. Suspeitando-se de tiro, a equipa veterinária decidiu realizar um exame radiológico, onde se confirmaram estas suspeitas”, informa o RIAS, numa nota.

Os técnicos deste centro identificaram três projécteis de caçadeira: “na cabeça, ombro direito e costado esquerdo, e restos de um quarto projéctil no foco da fartura”.

Foto: RIAS

“Foi possível retirar um dos projécteis, mas os restantes não puderam ser extraídos por questões médicas.”

A equipa do RIAS colocou uma ligadura na asa e transferiu a águia para uma câmara de recuperação interior, onde pode ser vigiada constantemente.

Esta é uma espécie com estatuto de conservação Quase Ameaçada em Portugal, “o que faz com que seja extremamente preocupante e grave haver quem tente abater estas aves”, escreve o RIAS.

“Sendo uma espécie protegida por diversos decretos de lei, este é um ato punível por lei.”

Infelizmente, acrescenta o RIAS, esta não é a única ameaça à população de águias-cobreiras em Portugal. “A redução da área de pinhal e o aumento de monoculturas correspondem a uma perda da área de nidificação e redução de presas, e a colisão/electrocussão em linhas aéreas de transporte de energia pode também ser um importante fator de mortalidade.”

Saiba mais.

Saiba mais sobre a águia-cobreira aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.