Camélia-japoneira

Camélia-japoneira de Guimarães eleita a Árvore do Ano de 2024

A Camélia-japoneira dos jardins centenários da Villa Margaridi, em Guimarães, é a vencedora da 7ª edição nacional da Árvore do Ano e irá representar Portugal no concurso internacional.

Com 3.900 votos, a camélia-japoneira (Camellia japonica) da Villa Margaridi, Guimarães, foi a grande vencedora do concurso, sendo seguida do Sobreiro do Rei (Mafra, Lisboa) com 3.075 votos e pela Oliveira do Peso (Pedrogão, Vidigueira) com 2.988 votos.

A árvore vencedora da 7ª edição do concurso tem 6,30 metros de diâmetro e 6,15 metros de altura. Esta cameleira, com a copa em forma de campânula, foi considerada de interesse público pelo Despacho n.º 837/2022.

Estima-se que este exemplar centenário, no terreiro frontal à Casa de Margaride, terá cerca de 300 anos.

A introdução desta espécie exótica em território nacional ocorreu através dos marinheiros das naus dos Descobrimentos que traziam e levavam sementes de diferentes espécies entre os vários portos do mundo. É considerada uma representante da história portuguesa e das relações comerciais entre Portugal e o Japão.

A camélia-japoneira, árvore estritamente ornamental, foi a vencedora de entre uma lista de 10 árvores candidatas a Árvore do Ano, numa edição que reuniu 24.758 votos do público.

Esta é a segunda vez consecutiva que uma espécie exótica vence o concurso da árvore do ano.

Os resultados finais da votação foram:

1.      Camélia-japoneira | Guimarães, Braga

2.      Sobreiro do Rei | Mafra, Lisboa

3.      Oliveira do Peso | Pedrogão, Vidigueira

4.      Árvore Grande | Alijó, Vila Real

5.      Azinheira de Alportel | São Brás de Alportel, Faro

6.      Sobreiro da Quebrada | Lugar da Quebrada, Arcos de Valdevez

7.      Cedro Gigante | Vila Real

8.      Gingko Biloba | Mafra, Lisboa

9.      Magnólia do Palácio | Mangualde, Viseu

10.   Oliveira do Mouchão | Abrantes, Santarém

A Camélia-japoneira irá representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year, cujas votações decorrerão on-line durante o mês de Fevereiro de 2024.

“O concurso não procura apenas a árvore mais bonita esteticamente, mas sim uma árvore com uma história, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia”, afirma, em comunicado, a UNAC – União da Floresta Mediterrânica, organização responsável pela organização do concurso em Portugal.

O Concurso Árvore Europeia do Ano realiza-se desde 2011. Trata-se de uma iniciativa que todos os anos procura sensibilizar mais 200 mil pessoas para a protecção da natureza, promovendo o cuidado e a preocupação com 16 árvores, a unidade de 16 comunidades locais em torno de uma causa e ainda o orgulho de 16 países na sua herança natural.

Na edição anterior, foram registados 177.486 votos, tendo vencido o Carvalho Fabrykant, eleito pela Polónia.

Portugal tem desde 2018 eleito espécies características dos sistemas agroflorestais mediterrânicos que têm ficado entre o 1º (Sobreiro assobiador) e o 6º (Castanheiro de Vales) lugar do concurso europeu. Na última edição foi o Eucalipto de Contige que alcançou o 5º lugar no concurso internacional com 10.281 votos.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.