Grifo de pé numa rocha, de asas abertas
Grifo (Gyps fulvus). Foto: Emiliya Toncheva/Wiki Commons

Espanha: Homem condenado a 18 meses de prisão por matar três grifos com veneno

O tribunal de Cáceres condenou o gestor de uma exploração pecuária de ovelhas situada em Plasenzuela, na Estremadura espanhola.

O homem foi também condenado a pagar uma multa de três euros por dia ao longo de 21 meses e deverá pagar uma indemnização de 6.000 euros por cada um dos três abutres mortos à Direcção-Geral do Meio Rural, noticiou a agência espanhola EFE Verde.

A sentença agora conhecida refere que o arguido misturava vários insecticidas que levam à morte e que estão proibidos com milho, aveia e grão-de-bico, receita com a qual envenenou também quatro pombos-domésticos.

Por outro lado, segundo a sentença, vaporizava as suas ovelhas “de forma sistemática” com esta mesma substância, o que terá levado à morte de pelo menos 200 destes animais. O objectivo era matar os abutres que se alimentavam numa lixeira próxima da exploração.

Os factos terão acontecido em Abril de 2019, quando agentes da polícia espanhola Seprona, ligados à protecção do ambiente, detectaram dois grifos mortos num terreno próximo da quinta, e mais tarde um terceiro cadáver da mesma espécie.

Encontraram também quase 200 ovelhas mortas, empilhadas para serem comidas pelos abutres. E como resultado de buscas, a mistura venenosa guardada num armário.

Nesta exploração pecuária terão morrido 244 ovelhas desde 2017, segundo um censo realizado em Janeiro de 2019, “sem que as mesmas apresentassem qualquer sinal de lesão ou enfermidade segundo as necropsia realizadas em alguns dos cadáveres.”

Segundo o juiz responsável pela sentença, “não se pode estabelecer com segurança que a morte das ovelhas fosse o resultado buscado pelo acusado.”

Na mesma quinta foram encontrados outros grifos mortos, mas que não foram investigados porque a sua descoberta era desconhecida da Guardia Civil espanhola.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.