Mais de 1.100 pessoas foram ao Festival de Observação de Aves em Sagres

Cerca de 1.160 pessoas de 43 países participaram no Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza, de 4 a 7 de Outubro, revelaram ontem os organizadores do evento, durante o qual foram registadas quase 140 espécies de aves, incluindo uma raridade.

 

Nos quatro dias da 9ª edição do Festival foram realizadas 206 actividades em vários pontos de Sagres, como o Cabo de São Vicente, o Forte do Beliche, a Fortaleza de Sagres, a Cabranosa e o Monte das Esparregueiras.

 

 

Das 206 atividades do programa, a associação Almargem, um dos organizadores do evento, destaca algumas “por terem sido uma inovação e pela excelente adesão dos participantes”. É o caso das viagens de gravação sonora de aves nocturnas migratórias, os workshops de desenho, a devolução à natureza de aves noturnas, as saídas para ver libélulas e libelinhas, os mini-cursos de geologia e a exposição sobre o impacto do plástico no ambiente.

Este ano foram observadas pelos participantes quase 140 espécies de aves, incluindo uma raridade: o papa-moscas-pequeno (Ficedula parva). Estas espécies foram inseridas na plataforma online PortugalAves/eBird para que estes dados possam ser utilizados para outros fins.

 

 

Pela primeira vez, o Festival recebeu pessoas de São Tomé e Príncipe, Suriname e Índia. Entre os 43 países representados este ano no festival, destacam-se ainda a Nova Zelândia, Vietname, Senegal, Colômbia e Canadá.

“No rescaldo da edição deste ano começa-se já a pensar na próxima, que irá contemplar, pelo menos, o primeiro fim de semana de Outubro”, garantem os organizadores.

Esta iniciativa da Câmara Municipal de Vila do Bispo contou com o envolvimento da Associação Almargem e com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea). A organização do festival implementou ainda uma política de redução de plástico, para que este evento seja mais sustentável.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.