Milano é o primeiro lince-ibérico libertado em 2016 na Extremadura

Prossegue o calendário das reintroduções de linces na natureza. Hoje foi a vez de Milano, o primeiro lince-ibérico a ser libertado este ano na Extremadura espanhola.

 

Este lince-ibérico (Lynx pardinus) nasceu no ano passado no Centro de Reprodução de El Acebuche, no Parque de Doñana (na Andaluzia). Foi libertado nesta sexta-feira através do método de solta dura, informa o projecto Iberlince, em comunicado. Este processo consiste em libertar directamente o lince na natureza sem passar pelos cercados de adaptação.

Milano “irá equipado com um GPS de localização que permitirá uma monitorização adequada por parte da equipa técnica”, explica o mesmo comunicado.

Para 2016 está prevista a reintrodução de nove linces na Extremadura, de um total de 48 animais em toda a Península Ibérica.

A Extremadura começou a receber linces em liberdade em 2014. Desde então já foram libertados na região 14 animais. A próxima libertação vai acontecer na próxima semana, com cinco linces, através dos métodos de solta branda (num cercado de adaptação) e solta dura.

Em Portugal, também já começaram as reintroduções de 2016. Na segunda-feira, dia 25 de Janeiro, as fêmeas Myrtilis e Mirandilla, e o macho Monfrague foram libertados em Mértola. As duas primeiras foram libertadas por solta branda e o macho por solta dura.

Para este ano está prevista a reintrodução de nove linces no Vale do Guadiana.

Estas reintroduções fazem parte do Iberlince, projecto com co-financiamento do programa Life europeu e cujo objectivo maior é “iniciar a recuperação da distribuição histórica do lince-ibérico em Espanha e Portugal, obtendo populações estáveis e auto suficientes que permitam assegurar o futuro da espécie”. Neste esforço de conservação ibérico, no terreno até 2017, participam 19 entidades dos dois países.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.