um urso-pardo numa floresta
Urso-pardo. Foto: Per Harald Olsen/Wiki Commons

Pegadas, pêlos e fotografias ajudam a registar presença de urso em Montesinho

Fique a saber o que está a ser feito pelas autoridades portuguesas em relação à detecção de um urso-pardo no Parque Natural de Montesinho, na região de Trás-os-Montes.


Segundo uma nota enviada à Wilder pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o urso em questão tem estado a ser monitorizado pelos serviços do instituto desde o final de Abril. A entidade que regula a conservação em Portugal confirmou hoje a presença deste animal em território português.

Mas como foi possível ter certeza da presença deste urso na região de Montesinho? “Através de pegadas, pêlos e registos de imagem de armadilhagem fotográfica dos serviços homólogos ao ICNF em Espanha, na fronteira”, detalhou o instituto, em resposta a questões enviadas pela Wilder.

Quanto à possibilidade de haver mais do que um urso dispersante neste momento em Montesinho, o ICNF esclarece que “é pouco provável”. Ainda assim, como os serviços do ICNF ainda não obtiveram imagens comparativas de armadilhagem fotográfica, “não é possível determinar com absoluta certeza o número de espécimes”.

Neste momento, os movimentos do urso estão a ser monitorizados “através de armadilhagem fotográfica e de indícios de presença, como pegadas e dejectos, em articulação com as entidades espanholas”.

Por outro lado, está também a ser dada informação às populações, nomeadamente agricultores, pastores, associações de caça e apicultores, “no sentido de informar previamente estes grupos para eventuais avistamentos.”

Ao mesmo tempo, de acordo com o ICNF, está a ser preparada e apoiada “a protecção de apiários com cercas eléctricas, em articulação com os apicultores locais”.

O alerta para a presença de um urso-pardo próximo da fronteira com Portugal surgiu no final de Abril, quando se constatou a existência de danos num apiário na localidade de La Tejera, na província de Zamora, segundo um comunicado da Junta de Castela e Leão divulgado ontem, quarta-feira.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.