Pardal-comum. Foto: Tim/Pixabay

Leitores: Costumo dar migalhas de pão aos passarinhos que me visitam. Isso é prejudicial para eles?

A leitora Joana Correia de Oliveira costuma dar migalhas de pão aos passarinhos que a visitam e gostaria de saber se isso é prejudicial para eles. A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) responde.

“Tenho o costume de dar migalhas de pão a passarinhos que me visitam, e tenho um pisco e pardal que me visitam diariamente. Gostaria de saber se é prejudicial para eles”, perguntou a leitora Joana Correia de Oliveira à Wilder.

Pardal-comum. Foto: Tim/Pixabay

Segundo Joana Domingues, da SPEA, “não é muito bom dar esse tipo de alimento às aves embora alguns comam porque é comida ‘fácil'”.

“O pão ou bolos acabam por não ser uma boa opção porque são pobres em nutrientes para estas espécies e podem causar problemas de saúde. Para além de poder atrair outros animais, menos desejados”, explicou.

“No nosso clima, não é crítico alimentar as aves porque elas acabam por dispor sempre de alimento. Mas se as pessoas quiserem dar, podem comprar sementes em lojas da especialidade ou ver algumas ideias online para elas próprias fazerem em casa. Em inglês, por exemplo, encontram-se várias coisas online.”

Julieta Costa, da SPEA, explicou anteriormente à Wilder que, quem quiser, pode disponibilizar uma mistura de alpistas, migalhas de pão seco e sementes de tamanhos diferentes, desde que não tenham sal e nem sejam torradas.

Se quiser instalar comedouros para as aves, procure que tenham uma cobertura para evitar que a chuva molhe o alimento – as aves não comem grãos molhados e é preciso ter cuidado para que estes não apodreçam. Ou pode pendurar comedouros. Aliás, são estes que os chapins preferem porque imitam os galhos das árvores, baloiçando no ar. E não precisam de ser muito elaborados; pode aproveitar as redes que embalam alhos ou cebolas para colocar a mistura de sementes ou cascas de côco.

Outra coisa importante para ajudar as aves a passar o Inverno é disponibilizar água. “Em Portugal, onde é raro nevar e fazer um frio demasiado rigoroso, mais importante do que o alimento é a água para as aves beberem e tomarem banho”, explicou Julieta Costa. “Procure um local abrigado para colocar um recipiente com água. Mas se quiser mesmo fidelizar as aves, arranje uma fonte de água corrente que, além de evitar a estagnação, traz o barulho irresistível do gotejar. Pode improvisar uma fonte, por exemplo, pendurando uma garrafa cheia de água, com um furo na ponta, por cima de um tanque.”


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.