Lançada campanha nacional de recolha de rolhas de cortiça

A campanha “Rolhas que dão folhas” surge no âmbito do projecto Green Cork que, em 11 anos, já permitiu a recolha de cerca de 84 milhões de rolhas e a plantação de 828 mil árvores.

A partir de 17 de Setembro, a Missão Continente, em parceria com a Quercus e a Corticeira Amorim, vai distribuir pelos clientes das lojas Continente um total de 500.000 “rolhinhas”. Os “rolhinhas” são pequenos depósitos de rolhas que poderão ser levados para casa e onde as famílias podem ir juntando as suas rolhas de cortiça, até ao momento de as despejar nos recipientes próprios já existentes nas lojas Continente (junto ao balcão de serviço de apoio ao cliente).

O objetivo é, segundo um comunicado oficial da campanha, “incentivar a reciclagem da cortiça e contribuir para a reflorestação em Portugal”.

Através da receita das rolhas entregues para reciclagem, a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza financia a iniciativa “Floresta Comum”, ao abrigo da qual já foram plantadas mais de 828 mil árvores.

O projecto “Floresta Comum” tem como missão “promover a produção, angariação e distribuição de árvores autóctones a projectos que demonstrem motivação, comprovem competências e possuam os meios necessários para proceder ao plantio e cuidado das florestas que tencionam plantar”.

O montado de sobro contribui para a conservação da biodiversidade e para a sobrevivência de muitas espécies de fauna autóctone, algumas em perigo de extinção.

É também muito importante para fixar CO2, regular o ciclo hidrológico, reter água e prevenir a desertificação e o despovoamento das áreas rurais. A reciclagem, além de permitir a reutilização da cortiça em novos produtos, permite estender o seu ciclo de vida e os benefícios ambientais associados, em particular a sua capacidade de armazenar CO2.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.