Erva-das-Pampas (Cortaderia selloana). Foto: Forest & Kim Starr/Wiki Commons

Biodiversidade: luta contra espécies exóticas invasoras recebe 1,2 milhões de euros

O Fundo Ambiental vai distribuir um milhão de euros para projetos de combate às exóticas invasoras aquáticas e ripícolas e 200 mil euros para intervenções de controlo da erva-das-pampas em Portugal Continental, foi hoje anunciado. 

Um milhão de euros vai ser dedicado a conter ou erradicar animais e plantas aquáticos que são exóticos invasores, à escala da bacia, sub-bacia hidrográfica ou massa de água, explica o Ministério do Ambiente e da Acção Climática em comunicado.

“Foram apresentadas 16 candidaturas e 14 admitidas, mas uma não poderá ter financiamento, porque se esgotou a dotação máxima do aviso”, especificou.

São beneficiários a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, as autoridades regionais de conservação da natureza, as Comunidades Intermunicipais, os municípios, as instituições de Ensino Superior, os centros de investigação e outras entidades públicas.

Os restantes 200.000 euros serão dedicados a controlar a erva-das-pampas (Cortaderia selloana).

Originária da Argentina e do Chile, a erva-das-pampas chegou a Portugal como planta decorativa de jardins e quintais, mas hoje o seu crescimento no território está a ser alarmante. De tal modo que em 2018 foi lançado um projecto luso-espanhol na busca de soluções para este problema, o LIFE Stop Cortaderia, co-financiado pela União Europeia.

“Doze das 14 candidaturas apresentadas poderão ser financiadas com uma taxa máxima de co-financiamento de 85% e limite de 20 mil euros por projeto. Beneficiam do apoio entidades como comunidades intermunicipais, municípios, instituições de Ensino Superior, centros de investigação e outras instituições públicas.”


Saiba mais.

Em parceria com o projecto LIFE Invasaqua, a Wilder está a dar-lhe a conhecer algumas das principais espécies aquáticas invasoras em Portugal. O LIFE Invasaqua é um projecto ibérico co-financiado por fundos comunitários que divulga informação acerca da ocorrência e combate a espécies invasoras.

Recorde o que se passa em Portugal com o siluro, o mexilhão-zebra, a rã-de-unhas-africana, o alburno, a amêijoa asiática, o caranguejo-peludo-chinês, a amêijoa-japonesa, a gambúsia, o lagostim-sinal, a medusa Blackfordia virginica e a lucioperca.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.