abutre em voo
Abutre-preto. Foto: Artemy Voikhansky/Wiki Commons

Este ano reproduziram-se 354 casais de abutres-pretos na Andaluzia

O ritmo anual de crescimento do número de casais de abutres-pretos que se reproduzem na região espanhola da Andaluzia tem sido de cinco por cento, em média, desde 1999, indicam números divulgados agora pelo governo regional.

 

De acordo com os censos realizados pela Consejería de Medio Ambiente y Ordenación del Territorio, do governo regional da Andaluzia, reproduziram-se em 2018 um total de 354 casais de abutres-pretos (Aegypius monachus), dos 406 observados na região. Estima-se que terão sobrevivido entre 209 a 210 crias.

Estas contagens realizam-se no âmbito do Plano de Recuperação e Conservação de Aves Necrófagas, que foi aprovado em 2012, adianta uma nota divulgada pela Junta da Andaluzia.

O abutre-preto é o maior abutre de Portugal e de Espanha, onde se concentra a maior população desta ave. As acções para conservar a espécie começaram em 2001 na Andaluzia, onde o estatuto de conservação melhorou em 2010: passou de Em Perigo para Vulnerável, segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Em 2001, o número de abutres-pretos na região era de 190 aves sexualmente maduras, abaixo das 544 estimadas para 2018.

 

Venenos continuam a preocupar

O envenenamento continua para já a ser a maior causa de morte para os abutres-pretos na Andaluzia. Outras ameaças? A destruição dos restos de caçadas, que levam à descida do número de crias e ao aumento de casos de desnutrição, acrescenta a mesma nota.

Em Espanha, onde se concentram 96% das aves desta espécie, contavam-se 2.548 casais em 2017, de acordo com dados da Sociedade Espanhola de Ornitologia. Neste país, além da Andaluzia, o abutre-preto reproduz-se nas regiões da Extremadura, Castela-La Mancha, Madrid, Catalunha e Ilhas Baleares.

Em Portugal, onde a espécie esteve 40 anos sem nidificar e só voltou a reproduzir-se em 2011, o abutre-preto é considerado Criticamente em Perigo de extinção.

Em 2018, nidificaram 24 casais nos três núcleos reprodutores em território português – Alentejo, Douro Internacional e Tejo Internacional – e sobreviveram 10 crias.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Conheça melhor os números de 2018 do abutre-preto em Portugal, neste artigo da Wilder.

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.