Foto: © Zdeněk Jakl / Bird Photographer of the Year

Já estão escolhidos os finalistas para Bird Photographer of the Year

Início

O concurso internacional de fotografia de aves já seleccionou as imagens que chegam à fase final desta sexta edição, cujos vencedores serão anunciados a 1 de Setembro.

Este ano, mais de 22.000 imagens enviadas por fotógrafos de 73 países diferentes entraram no concurso para Bird Photographer of the Year (Fotógrafo de Aves do Ano, em português). Esta competição tem sede no Reino Unido mas está aberta a todos, profissionais e amadores, de qualquer nacionalidade. Além do título prestigioso de “fotógrafo de aves do ano”, o grande vencedor vai receber um prémio de 5.000 libras (cerca de 5.888 euros).

“Este ano recebemos um número incrível de 22.000 entradas na competição, com imagens vindas de todo o mundo”, afirmou Will Nicholls, operador de câmara especializado em vida selvagem e director do concurso, citado numa nota de imprensa enviada à Wilder. “Os padrões de qualidade das fotografias foram incrivelmente elevados e foi espectacular ver a diversidade das diferentes espécies.”

Além do grande prémio para o “fotógrafo de aves do ano”, o concurso atribui ainda outros prémios e distinções em várias categorias diferentes, incluindo as de melhor retrato, atenção ao detalhe, aves urbanas, preto e branco, entre outras. Estão previstos também prémios para jovens fotógrafos, incluindo participantes com menos de oito anos de idade.

Fique a conhecer algumas das imagens que este ano chegam à fase final:

Pato-real, por Zdeněk Jakl 

Foto: © Zdeněk Jakl / Bird Photographer of the Year

“Tirei a fotografia num lago num lindo parque de uma zona sossegada da cidade de Praga. Quando uma família de crias de pato-real passava por mim a nadar, uma delas começou a caçar uma mosca. Chamou-me a atenção para o facto de que o instinto de alimentação é uma força poderosa mesmo nos jovens, mas claro que o comportamento propriamente dito foi cómico de um ponto de vista humano. […] Faz certamente uma fotografia interessante e um momento na vida de uma cria de pato capturado para a posteridade.”

Corvo-marinho-de crista, por Brian Matthews 

Foto: © Brian Matthews / Bird Photographer of the Year

“Ainda há comida? Nesta imagem, um juvenil esfomeado de corvo-marinho-de-crista mergulha literalmente na garganta da mãe à procura de mais peixe em vez de esperar que seja completamente regurgitado. Foi tirada nas Ilhas Farne, umas das mais acessíveis ‘ilhas de papagaios-do-mar’ no Reino Unido.”

Ave-martelo, por Daniel Zhang 

Foto: © Daniel Zhang / Bird Photographer of the Year

“Esta foto foi tirada na Reserva Privada de Zimanga, África do Sul, durante as minhas férias de Verão. Estava numa viagem fotográfica com o meu pai. Embora o sapo pareça estar a saltar para dentro da boca da ave-martelo, na realidade a ave está a atirar a presa ao ar para a matar. […] Senti-me muito excitado por ter tirado esta foto.”

Papagaio-do-mar, por Øyvind Pedersen 

Foto: © Øyvind Pedersen / Bird Photographer of the Year

“Esta foto foi tirada nas arribas de aves da Ilha Hornøya na Noruega, em Abril de 2018. Mostra dois papagaios-do-mar que começaram uma briga que continuou pela colina nevada abaixo mesmo à minha frente. […] Estes dois papagaios-do-mar lutaram vários minutos, com penas e neve a voarem por todo o lado. Foi uma experiência fantástica – para mim, se não para os papagaios-do-mar.”

Águia-rabalva, por Fahad Alenezi 

Foto: © Fahad Alenezi / Bird Photographer of the Year

“No Inverno, há pouca comida nas latitudes mais a norte para a maioria dos animais e muitas espécies, incluindo esta raposa-vermelha, tomam riscos maiores do que seria normal para sobreviverem. Nesta foto esta raposa especialmente atrevida aventurou-se próxima de uma zona onde águias se alimentavam. Uma águia-rabalva discordou desta incursão e deu à raposa o que parece uma boa estalada com as suas asas. Foi um encontro que imagino que a raposa nunca esquecerá.”

Pinguim-gentoo, por Tom Schandy 

Foto: © Tom Schandy / Bird Photographer of the Year

“Os pinguins-gentoo começaram a surfar muito antes de os primeiros humanos aderirem a esta moda. Esta imagem foi captada na Ilha Carcass, no arquipélago das Falkland, onde as aves não têm outra opção senão surfarem para chegarem a terra. Se as ondas estiverem com um tamanho decente, podemos ver as aves a apanharem boleia ou a surfarem por cima delas.”

Pica-boi-de-bico-vermelho, por Daniela Anger 

Foto: © Daniela Anger / Bird Photographer of the Year

“No Parque Nacional de Luangwa Sul, podemos ver uma colónia de hipopótamos a partir de um esconderijo ao nível da água. Em adição aos seus admiradores humanos, estes mamíferos amantes de água também recebem muita atenção dos pica-bois-de-bico-vermelho locais, que procuram um encontro próximo por razões mais práticas. As aves e os hipopótamos desenvolveram uma relação simbiótica: os pica-bois alimentam-se de parasitas externos e os ‘hipos’ beneficiam desta acção de higiene.”

Ostraceiro-americano, por James Wilcox 

Foto: © James Wilcox / Bird Photographer of the Year

“A minha altura favorita do ano é quando nascem as crias de ostraceiro-americano. Adoro chegar à praia ao nascer-do-sol para ver e fotografar as interacções familiares. Este jovem ostraceiro é suficientemente velho para procurar comida mas ainda depende dos pais para se alimentar, pois o bico ainda não desenvolveu força suficiente para abrir as conchas dos moluscos e os crustáceos.”

Trepadeira-azul, por Mark Williams 

Foto: © Mark Williams / Bird Photographer of the Year

“Esta trepadeira foi fotografada no meu jardim […]. Atraio aves para o meu jardim usando alimentadores e amendoins são uma comida à qual as trepadeiras-azuis não conseguem resistir. O tempo e método de captura da imagem foi crucial para o seu sucesso. A exposição inicial capturou o movimento da ave enquanto o ‘flash’, disparado no final da exposição, congelou a ave em voo.”

Grou-monge, por Taku Ono 

Foto: © Taku Ono / Bird Photographer of the Year

“Quando cheguei ao muito conhecido refúgio de invernada dos grous-monges no Japão, fiquei desapontado por estar nublado. Ainda para mais estava prestes a partir para casa. Todavia, reparei que uma zona de nuvens estava gradualmente a dissipar-se à medida que o sol se levantava e decidir ficar um pouco – só no caso. Quase por milagre, um raio de sol brilhou através das nuvens e iluminou um pequeno bando de grous em voo. Agradeci aos grous, amados pelo povo japonês como a “ave da felicidade”, por me trazerem esta boa sorte!”

Garça-nocturna, por Daphne Wong 

Foto: © Daphne Wong / Bird Photographer of the Year

“À medida que a noite cai, o cais de Victoria em Hong Kong é fortemente iluminado pelas luzes dos cartazes e dos candeeiros de rua. Aqui, uma garça-nocturna encontrou um pouso de pesca na frente do cais. Habituada à presença humana, os olhos vermelhos fixam-se na água iluminada pelas luzes da noite, à procura da próxima refeição.”

Zarro-negrinha, por Brad James 

Foto: © Brad James / Bird Photographer of the Year

“É sempre um prazer captar macho e fêmea da mesma espécie numa só imagem. Para mim é muitas vazes complicado com aves aquáticas porque tendem a sobrepor-se de alguma maneira. Por isso fiquei muito contente quando esta cena se alinhou perfeitamente […]. Para obter esta imagem permaneci imóvel na margem do lago, praticamente ao mesmo nível da água.”


Saiba mais.

Recorde quais foram as imagens vencedoras do concurso “Bird Photographer of the Year” da edição de 2020.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.