Coleção de abelhas no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Foto: UC

Novo projeto Arcade quer melhorar as coleções de insetos polinizadores em Portugal

Liderado pela Universidade de Coimbra, este projeto europeu vai trabalhar na revisão e organização das três principais coleções entomológicas do país.

O novo projeto europeu ARCADE – Aligning Reference Collections with tAxonomic Development Efforts for pollinator conservation in Portugal destina-se “a rever e a melhorar as coleções dos principais grupos de polinizadores em Portugal”, anunciou esta segunda-feira a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que coordena a nova iniciativa. 

O Arcade tem como objetivo “indexar, rever e melhorar as principais coleções de referência de abelhas, moscas-das-flores e borboletas diurnas em todo o país”, explica uma nota de imprensa enviada à Wilder.

Em causa está o facto de a informação sobre os insetos polinizadores em Portugal ser hoje em dia “limitada” e ser necessário indexar e organizar as maiores coleções públicas, de forma a identificar lacunas no conhecimento sobre os principais insetos polinizadores. É este problema que a equipa do Arcade pretende resolver, “proporcionando uma base sólida de referência para futuras iniciativas relacionadas com a taxonomia, conservação e monitorização de polinizadores em território nacional”, esclarece a coordenadora do projeto, Sílvia Castro, que é investigadora e professora na Universidade de Coimbra.

O Arcade faz parte de um projeto europeu maior, denominado “TETTRIs”, e conta com três grandes metas: a criação de uma base de dados acessível e atualizada a partir de diversas subcoleções de polinizadores em Portugal, a revisão e melhoria de três coleções públicas portuguesas, para servirem como referência em projetos futuros, e o desenvolvimento de protocolos de boas práticas para a organização e preservação das coleções existentes e futuras. 

“É importante destacar que as três coleções a serem revistas e organizadas estão no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa e no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto”, sublinha Hugo Gaspar, aluno de doutoramento na Universidade de Coimbra, que se dedica atualmente ao estudo da taxonomia e distribuição das abelhas de Portugal continental. 

Este investigador acredita que o Arcade “será essencial para a realização dos objetivos de projetos já em execução, como é o caso do PolinizAÇÃO, também coordenado pela UC, e para a rede polli.NET, na qual está inserido”. O novo projeto, acredita também, “representa um avanço significativo no conhecimento sobre a taxonomia e distribuição dos polinizadores em Portugal, fornecendo acesso a coleções de referência de elevada qualidade e padronizadas em todo o país”. 

Para além do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa e do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, a equipa do Arcade inclui também o FLOWer Lab do Centro de Ecologia Funcional (Universidade de Coimbra), o cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Universidade de Lisboa), o TAGIS – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, a Universidade dos Açores e a Universidade da Madeira.


Saiba mais.

Fique a conhecer melhor o projeto Arcade e a equipa, aqui.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.