Árvore de Natal do Jardim Botânico de Coimbra homenageia espécie ameaçada

Este ano, a Árvore de Natal do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra é um teixo (Taxus baccata), espécie ameaçada e uma das mais antigas árvores nativas da Europa. A apresentação da árvore de Natal acontece nesta segunda-feira, foi hoje revelado.

 

O evento já tem data e hora marcada: segunda-feira, 19 de Dezembro, às 11h30, todos poderão ver um teixo “ornamentado com materiais naturais e com iluminação alimentada a luz solar”, segundo um comunicado do Jardim Botânico enviado à Wilder. O professor Jorge Paiva fará a inauguração da Árvore de Natal, contextualizando a sua importância biológica.

A instituição escolheu o teixo como a sua Árvore de Natal para chamar a atenção para esta espécie ameaçada em Portugal Continental. Aqui, os últimos teixos sobrevivem apenas nas serras da Estrela e do Gerês. Houve tempos em que chegou a ser abundante. As principais ameaças à sua sobrevivência são os incêndios, o pastoreio, o mau uso da floresta e as alterações climáticas. A juntar a isto, esta é uma árvore com crescimento muito lento (um teixo demora cerca de 50 anos até chegar a ser uma árvore adulta ).

Segundo aquele Jardim Botânico, o teixo é uma árvore que prefere as terras altas e frias e pode viver entre 400 a 600 anos. Além disso, “é uma das árvores com um grande simbolismo associado a esta época do ano, pois representa o fim do ano solar”.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Conheça aqui o projecto que está a recuperar os bosquetes de teixo nas serras do Gerês e da Estrela.

E já ouviu o podcast do Jardim Botânico “Todas as Plantas Têm Nome”?

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.